Meu dia estava uma merda, e sem perspectivas. Aí o Pedro perguntou o que eu iria fazer, eu disse que nada. Ele propôs passar a tarde em Itapoã, alertei que não seria uma boa companhia. Fomos. Ele alugou um carro porque teria que ir para o aeroporto no dia seguinte, então passamos o dia dando voltas por Salvador. Foi bom ficar na areia, sob o sol, vendo o mar e nada mais. O som do mar, a linha do horizonte. Tudo bem que tinha uma música (arrocha) tocando numa das barracas de praia, mas volta e meia eu conseguia abstrair e concentrar-me no som do sol tocando o mar. Uma onda ou outra indo contra as pedras fazia lágrimas involuntárias rolarem.
Depois passamos pela Lagoa do Abaeté, só passamos. O favelão gigante que é esta cidade às vezes assusta os menos acostumados. E de lá seguimos para o Bonfim, Mont Serrat e terminamos na Ribeira. Até me inspirei para comer lambreta, mas não estavam boas, pequenas demais e sem tempero. Ainda as coisas me revoltavam o estômago. Foi bom rodar pela cidade, e não precisar ficar falando, falando, falando...
Adoro o silêncio, mas, aliás, foi muito fofo do Heiko ter me ligado, para saber se eu estava melhor. E meu dia foi bom, after all.